Eu Vos Dou a Paz!
05/05/2013
+ Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Arcebispo de Brasília
O Evangelho de São João continua a nos apresentar as palavras dirigidas
por Jesus aos seus discípulos durante a última Ceia, preparando-os para
a sua partida e, ao mesmo tempo, prometendo-lhes o Espírito Santo (Jo
14,,23-29). Ao propor este texto na liturgia deste período final do
tempo Pascal, a Igreja também nos ajuda a preparar-nos para celebrar bem
a Ascensão de Jesus e a acolher de maneira renovada o dom do Espírito,
em Pentecostes, solenidades previstas para os próximos domingos. Ao
prometer o Espírito Santo, Jesus o revela como sendo o "Paráclito", isto
é, o Defensor, e como aquele que vem nos ensinar e recordar a verdade
Ele nos transmitiu.
A paz é dom do Ressuscitado, conforme a passagem meditada no início do
Tempo Pascal, quando Jesus se coloca no meio dos seus discípulos,
saudando-os. A paz é ofertada por Jesus Cristo aos seus discípulos na
Ceia. "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz", disse Jesus na
última Ceia (Jo 14,27). Esta mesma Palavra, a Igreja repete em cada Ceia
eucarística, suplicando o dom da paz para nós, a fim de que não se
perturbe o nosso coração. O trecho do Evangelho esclarece que não se
trata de uma paz qualquer, mas da paz de Jesus; portanto, é a paz que
somente pode ser alcançada com ele e por meio dele. Para permanecer
nesta paz, os discípulos necessitam praticar a palavra de Jesus,
especialmente, o novo mandamento recordado na liturgia do último
domingo, animados pelo Espírito Santo, que os defende e fortalece nos
momentos mais difíceis.
A própria liturgia da Palavra nos mostra a ação do Espírito Santo na
vida da Igreja e na missão dos Apóstolos. Num momento de delicada
decisão, o Espírito Santo vem iluminar os Apóstolos, concedendo-lhes o
devido discernimento. A consciência de agir com o Espírito e por meio
dele, no encontro conhecido como concílio de Jerusalém, leva o Apóstolos
a comunicarem a decisão tomada, através da expressão: "O Espírito Santo
e nós decidimos...." (Atos 15,29).
Com o livro do Apocalipse, neste tempo Pascal, voltamos o nosso olhar
para a Jerusalém celeste, nossa pátria definitiva, onde podemos entrar
graças à vitória do Cordeiro imolado, que é a sua luz. Em nossa
peregrinação rumo à nova Jerusalém, necessitamos continuamente da
presença do Espírito Santo para conhecer e praticar a vontade de Deus,
na fidelidade aos ensinamentos de Jesus Cristo.
Através do Salmo 66 (67), continuamos a entoar o nosso louvor pela
ressurreição de Jesus Cristo, reconhecendo que o amor de Deus se estende
por toda a terra e a salvação é oferecida a todos os povos: "Que as
nações vos glorifiquem ó Senhor; que todas as nações vos glorifiquem!".
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