IX Domingo do Tempo Comum
Exemplo de Fé
02/06/2013
+ Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Estamos retomando a leitura do Evangelho segundo S. Lucas, que
continuará a ser proclamado nos domingos do Tempo Comum deste ano
litúrgico. Refletimos, hoje, sobre a atitude do oficial romano, cuja fé
foi elogiada por Jesus. A partir da narrativa de S. Lucas, podemos
destacar três aspectos.
O primeiro é a humildade daquele homem que não
se achou digno de receber Jesus em sua casa, enviando mensageiros para
lhe pedir a cura do seu empregado doente: "'Senhor, não sou digno de que
entres em minha casa" (Lc 7,6).
O segundo é a sua compaixão pelo servo
que se encontrava enfermo.
O terceiro e mais destacado aspecto é a sua
fé em Jesus e no cumprimento da sua palavra, ao dizer: "ordena com a tua
palavra e o meu empregado ficará curado" (Lc 7,7). Pelo cargo que
ocupava, o oficial romano sabia que não era necessária a sua presença
para que suas ordens fossem cumpridas. Ele estava convencido que Jesus
Cristo podia curar, mesmo sem entrar em sua casa, demonstrando confiança
na eficácia da palavra dele.
O exemplo de humildade, de compaixão e de fé do oficial romano continua
a ecoar na Igreja. Suas palavras são recordadas, na liturgia
eucarística, quando afirmamos: "Senhor, eu não sou digno de que entreis
em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". Ao assim afirmar,
nós nos colocamos no lugar daquele homem e, ao mesmo tempo, no lugar do
seu servo enfermo necessitado de salvação. Neste Ano da Fé, procuremos
repetir essas palavras, atentos ao que estamos dizendo, com verdadeira
humildade e confiança em Jesus Cristo.
Entretanto, a mensagem do Evangelho vai muito além da figura do
centurião romano. Por meio dele, o nosso olhar se dirige a Jesus, que
ocupa o centro da narrativa. Ele vem para salvar a todos, manifestando a
todos o seu amor e compaixão. O oficial era "romano", isto é,
estrangeiro, gentio. Recordemos que os estrangeiros eram desprezados
pelos fariseus que os consideravam incapazes de serem salvos, excluídos
do amor de Deus. Jesus mostra que veio anunciar a Boa Nova a todos, que o
Reino de Deus é oferecido a todos. Deste modo, este episódio testemunha
o cumprimento, em Jesus Cristo, daquilo que ouvimos no Primeiro Livro
dos Reis (1Rs 8,41-43): Deus atende oração do estrangeiro.
A fé em Cristo se expressa na compaixão pelos que mais sofrem,
especialmente, os enfermos, os pobres, os migrantes e todos os que são
de outra cultura ou raça, conforme nos inspira o Evangelho meditado. A
verdadeira fé cristã vem sempre acompanhada da caridade, como ressaltou
Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé. A advertência da Carta aos Gálatas
(Gl 1,6-8) continua atual: não se pode mudar o evangelho de Cristo, como
alguns estavam querendo fazer. O mandamento do amor tem validade
perene. É preciso repetir hoje o gesto do oficial romano, com os lábios e
o coração, na liturgia e na vida!
Arcebispo de Brasília
Estamos retomando a leitura do Evangelho segundo S. Lucas, que
continuará a ser proclamado nos domingos do Tempo Comum deste ano
litúrgico. Refletimos, hoje, sobre a atitude do oficial romano, cuja fé
foi elogiada por Jesus. A partir da narrativa de S. Lucas, podemos
destacar três aspectos.
O primeiro é a humildade daquele homem que não
se achou digno de receber Jesus em sua casa, enviando mensageiros para
lhe pedir a cura do seu empregado doente: "'Senhor, não sou digno de que
entres em minha casa" (Lc 7,6).
O segundo é a sua compaixão pelo servo
que se encontrava enfermo.
O terceiro e mais destacado aspecto é a sua
fé em Jesus e no cumprimento da sua palavra, ao dizer: "ordena com a tua
palavra e o meu empregado ficará curado" (Lc 7,7). Pelo cargo que
ocupava, o oficial romano sabia que não era necessária a sua presença
para que suas ordens fossem cumpridas. Ele estava convencido que Jesus
Cristo podia curar, mesmo sem entrar em sua casa, demonstrando confiança
na eficácia da palavra dele.
O exemplo de humildade, de compaixão e de fé do oficial romano continua
a ecoar na Igreja. Suas palavras são recordadas, na liturgia
eucarística, quando afirmamos: "Senhor, eu não sou digno de que entreis
em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo". Ao assim afirmar,
nós nos colocamos no lugar daquele homem e, ao mesmo tempo, no lugar do
seu servo enfermo necessitado de salvação. Neste Ano da Fé, procuremos
repetir essas palavras, atentos ao que estamos dizendo, com verdadeira
humildade e confiança em Jesus Cristo.
Entretanto, a mensagem do Evangelho vai muito além da figura do
centurião romano. Por meio dele, o nosso olhar se dirige a Jesus, que
ocupa o centro da narrativa. Ele vem para salvar a todos, manifestando a
todos o seu amor e compaixão. O oficial era "romano", isto é,
estrangeiro, gentio. Recordemos que os estrangeiros eram desprezados
pelos fariseus que os consideravam incapazes de serem salvos, excluídos
do amor de Deus. Jesus mostra que veio anunciar a Boa Nova a todos, que o
Reino de Deus é oferecido a todos. Deste modo, este episódio testemunha
o cumprimento, em Jesus Cristo, daquilo que ouvimos no Primeiro Livro
dos Reis (1Rs 8,41-43): Deus atende oração do estrangeiro.
A fé em Cristo se expressa na compaixão pelos que mais sofrem,
especialmente, os enfermos, os pobres, os migrantes e todos os que são
de outra cultura ou raça, conforme nos inspira o Evangelho meditado. A
verdadeira fé cristã vem sempre acompanhada da caridade, como ressaltou
Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé. A advertência da Carta aos Gálatas
(Gl 1,6-8) continua atual: não se pode mudar o evangelho de Cristo, como
alguns estavam querendo fazer. O mandamento do amor tem validade
perene. É preciso repetir hoje o gesto do oficial romano, com os lábios e
o coração, na liturgia e na vida!
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